Copa 764 | 829 - CNF-PTY-UIO



O CNF ao vivo traz mais um flight report exclusivo. Acompanhe conosco esta jornada de ida e volta entre Belo Horizonte e Quito, no Equador, com conexão no "Hub das Américas", voando Copa Airlines.


Texto e fotos por João Otávio Martelleto.



CM764: Confins–Panamá City


Sexta feira, 29 de janeiro de 2010. Exatamente 3 horas da madrugada no Aeroporto Internacional Tancredo Neves. O saguão absolutamente vazio fazia lembrar a época em que Confins era considerado um “elefante branco”. No entanto, naquela manhã, eu embarcaria num dos voos que simbolizam o espetacular crescimento do Aeroporto dos últimos 5 anos. Voaria no CM764, da Copa Airlines, com destino a Panamá City (PTY), certamente o mais inusitado dos três vôos internacionais non-stop que hoje operam no AITN. A partir da Cidade do Panamá, faria uma conexão com o voo CM829, com destino à Quito (UIO), no Equador.

Tão logo cheguei ao saguão, me dirigi ao check-in da Copa Airlines, que funciona próximo ao da TAM. Uma fila considerável já se formava nos balcões. Em aproximadamente 15 minutos, chegou a minha vez. Apenas funcionários brasileiros (que aparentemente falavam bem o espanhol) realizavam o atendimento. Com apenas uma mala – ou melhor, um “mochilão” – além da bagagem de mão, logo obtive meus cartões de embarque para os dois trechos e despachei a bagagem, a qual teria que retirá-la somente em Quito. Serviço muito simpático e ágil, principalmente se considerarmos o horário mais do que ingrato para se trabalhar. Quando já havia encerrado meu check-in, ao conferir meu boarding pass, percebi que no trecho PTY-UIO meu assento não era na janela, como fiz questão de ressaltar no momento da reserva, um mês antes do voo. Retornei ao balcão, solicitei a mudança e fui prontamente atendido.


Check in da Copa Airlines em Confins (esq.) e painel informativo de voos.


Era pouco mais de 4:30 quando me dirigi à sala de embarque internacional. Apenas dois funcionários conferiam os passaportes no setor da Polícia Federal, o que causou uma pequena demora. No interior da sala, uma banca de livros e revistas, um pequeno duty-free e uma cafeteria abertos. O voo da Copa não é suficiente para lotar o embarque internacional de CNF. No entanto, é fácil perceber que, pelo seu tamanho, a sala se torna desconfortável quando recebe um número maior de passageiros. Às 5:03 fomos chamados para o embarque. Evidentemente foi dada prioridade aos passageiros da classe executiva, além daqueles que viajavam com crianças pequenas ou possuíam algum tipo de necessidade especial.

O Boeing 737-700NG de matrícula HP-1528 CMP nos aguardava no finger 9, como ocorre usualmente também com os A330 da TAP ou os B767 da American. O processo de embarque transcorreu de maneira ordeira e tranqüila. A postura dos comissários durante nossa entrada na aeronave não era nada animadora. Não havia ninguém dando as boas vindas aos passageiros, a não ser uma comissária posicionada próxima à porta da cabine de comando que mal olhava para quem entrava e não fazia questão alguma de sorrir ou esconder que estava cansada e com sono. Cortesia e educação zero.


Embarque internacional em Confins (esq.) e interior do Boeing 737-700.


Tratei logo de me acomodar em minha poltrona, de número 8A, localizada numa das primeiras fileiras da classe econômica. O embarque foi finalizado às 5:25. Além dos cinco tripulantes, sendo dois pilotos, um chefe de cabine e duas comissárias, a aeronave partiria com 6 passageiros na Ejecutiva e 91 na Cabina Principal, como a companhia do Panamá se refere à sua classe econômica. Ocupação de aproximadamente 80%.

Pouco mais de 3 minutos mais tarde, o push-back foi iniciado. Durante a apresentação dos procedimentos de segurança, as comissárias deixaram transparecer que realmente não estavam de bom humor naquela madrugada. Caras fechadas, de poucos amigos. O B737NG panamenho fez um breve taxi até a pista 16 do Aeroporto Internacional de Confins. Precisamente às 5:37, com um insignificante atraso de 9 minutos em relação ao horário publicado, o Boeing da Copa levantou voo rumo à América Central.

A aeronave rapidamente alcançou seu nível de cruzeiro e estabilizou-se. Cerca de 40 minutos após a decolagem, começou a ser servido um lanche. Foi oferecido um sanduíche quente de pão de sal com queijo e peito de peru. Simples, mas saboroso. Acompanhavam sucos variados (laranja, maçã, goiaba) e refrigerantes da Coca-Cola. À esta altura, os monitores de teto posicionados a cada três fileiras já exibiam séries de TV. Mas para quem estava há 21 horas acordado, o que menos importa é entretenimento.

Terminado o meu lanche, tentei dormir nas cinco horas que restavam para o fim da viagem. Sinceramente, não foi tarefa fácil. Apesar dos assentos serem razoavelmente confortáveis, com apoios de cabeça, o pitch nos Boeings da Copa Airlines não é dos maiores. Além do pouco espaço para a poltrona da frente, o frio na cabine era outro fator que atrapalhava meu descanso. Solicitei a uma das comissárias uma manta igual à que a passageira que viajava no corredor ganhara no início da viagem, e recebi um simples e seco “no hay” como resposta. E esta não foi a única vez em que vi as comissárias ou o chefe de cabine dando uma resposta rude a um passageiro. Por várias ocasiões, no decorrer do vôo, presenciei o trio tratando passageiros de maneira indiferente, ou até mesmo ríspida e hostil.

Passava um pouco das 10 horas, horário de Brasília, quando acordei com a comissária Sarah, certamente a menos mal-humorada dos tripulantes, perguntando-me o que desejava para o café da manhã: torta francesa ou torta de huevos. Optei pela segunda opção, que acreditava ser uma omelete. Apesar de não ser bem o que pensava, não me arrependi. Como acompanhamento, uma simpática e gostosa salada de frutas. Sucos (os mesmos do lanche anterior) e café completavam a refeição.

Lá embaixo, estendia-se a imensidão da Floresta Amazônica, na área próxima à fronteira do Brasil com a Colômbia. Minutos mais tarde, sobrevoamos os Andes colombianos, com o céu limpo permitindo-nos uma excelente visão de alguns picos nevados. Quando as nuvens começaram a aparecer novamente, decidi conferir a razoável Panorama de las Americas, revista de bordo da Copa, já que os monitores de teto já haviam sido recolhidos. Amenidades em geral, como uma matéria sobre a carreira do jogador Messi, além de matérias turísticas sobre os destinos da companhia, ocupam a maioria das páginas.


Andes colombianos.


Pouco antes do começo da descida, o chefe de cabine informou a todos os passageiros quais seriam os portões de embarque dos seus vôos de conexão no Aeroporto Internacional Tocumen, em Panama City. Uma boa oportunidade para verificar quais são os destinos finais dos passageiros que saem de CNF no vôo da Copa. Além dos destinos “clichês”, como Miami, Orlando, Aruba e Cancún, outros muito curiosos, como Porto Espanha (Trinidad e Tobago). Capitais sul e centro americanas também estavam na lista, como Havana, Bogotá, Cidade do México e, claro, Quito.

Às 8:44, hora oficial do Panamá (durante o Horário Brasileiro de Verão, o fuso panamenho é de 3 horas a menos em relação a Brasília), foi iniciada a descida. Com tempo bom e muito calor na capital panamenha, o 737-700 realizou uma aproximação absolutamente tranqüila. Pôde-se admirar a vista da desenvolvida Cidade do Panamá e de muitos navios que aguardavam para atravessar o canal. Às 9:10, com um minuto de antecipação em relação ao horário padrão de chegada, a aeronave pousou suave na pista 03R de Tocumen, completando em 6 horas e 33 minutos a longa jornada entre a capital mineira o Panamá.


Vista da Cidade do Panamá durante a aproximação para Tocumen.

Visão geral do terminal após o pouso (esq.) e o registro do espaço entre as poltronas do B737-700.


Durante o breve táxi até o gate, o chefe de cabine reforçou as orientações aos passageiros em conexão e repetiu os portões de embarque dos quais sairiam cada vôo. A aeronave estacionou no portão 30, coincidentemente o mesmo do qual sairia, em pouco menos de 3 horas, o CM829 com destino a Quito. O corte dos motores ocorreu às 9:14. Alguns minutos depois foi dado início ao desembarque, tranqüilo e muito ligeiro, já que boa parte dos passageiros faria conexões imediatas.


CM829: Panamá City-Quito

O Aeropuerto Internacional Tocumen é projetado de tal forma que facilita ao máximo as conexões oferecidas pela Copa Airlines, companhia responsável por mais de 90% dos vôos operados no aeroporto. O título “Hub of the Americas” é justíssimo. O passageiro desembarca diretamente na confortável e espaçosa sala de embarque e tem o trabalho apenas de se dirigir ao portão de embarque de seu voo de conexão tendo em mãos o cartão de embarque e o passaporte. O acesso a todos os portões é fácil e bem sinalizado. Tudo muito simples, rápido e descomplicado.

O voo CM829 tinha saída prevista para 11:54. Uma conexão relativamente demorada para os padrões da Copa. Tinha, portanto, aproximadamente duas horas de espera no aeroporto da capital do Panamá. Além de ser perfeito para quem necessita de agilidade, como ressaltei anteriormente, Tocumen também não decepciona aqueles que tem um tempo maior de espera entre os voos. São diversas opções de alimentação, compras e entretenimento.

A chamada para o embarque, no entanto, não demorou. Ocorreu às 11:14. Organizado como em Confins, mas com muito mais cortesia e atenção por parte dos comissários em relação aos passageiros. Recepção amistosa e educada da tripulação do comandante Pacífico Saavedra. Logo na entrada foram distribuídos os formulários equatorianos de imigração e aduana. Minha poltrona desta vez era a 20F. Um pouco de demora para o fechamento das portas, sem que nenhuma explicação fosse dada. Embarque finalizado apenas às 11:53.


HP-1530CMP aguardando os passageiros do CM829 (esq.) e pátio de Tocumen durante o push back.


Cerca de 12 minutos mais tarde, o Boeing 737-700NG de matrícula HP-1530CMP, que estava estacionado no portão 30, o mesmo da chegada do vôo procedente de Confins, foi tratorado para o pátio. Aeronave praticamente lotada, com 4 passageiros ocupando os 12 lugares da classe executiva e pouquíssimas poltronas vazias na classe econômica. Após taxiar rumo à cabeceira 03R, o 737 iniciou sua decolagem às 12:16 rumo aos Andes equatorianos.

Passada meia-hora depois da decolagem deu-se início ao serviço de bordo. Com uma atitude muito mais profissional e amável do que os colegas do trecho PTY-CNF, os jovens comissários serviram sanduíches frios de carne ou frango, com um pequeno pacote de biscoitos “Oreo” recheados sabor baunilha. Muitas opções de bebidas alcoólicas, como cervejas, whiskys, vinhos e vodka, além dos tradicionais sucos e refrigerantes. Tudo de boa qualidade. Como estava com muito mais sono do que fome, resolvi comer apenas os biscoitos e ofereci meu sanduíche ao simpático cubano de meia idade que viajava ao meu lado. Pela forma com que devorou tanto o dele como o meu sanduíche, parecia estar realmente gostoso. Os monitores de teto estavam desligados, e a única opção de entretenimento neste trecho era a revista Panorama.


Cartão de instruções de segurança (esq.) e a revista de bordo "Panorama".


Às 13:25, após pouco mais de uma hora de vôo, o Cmte. Saavedra iniciou a descida. A aproximação na capital do Equador é um verdadeiro espetáculo, tanto para os entusiastas da aviação quanto para aqueles que aparentemente se mostram indiferentes aos aviões. Quito é uma cidade de quase 2 milhões de habitantes, que cresceu ao longo de um estreito vale a 2.800 metros sobre o nível do mar cercado por montanhas e alguns vulcões que ultrapassam facilmente os 4.000 metros de altitude.

Como se não bastasse, O Aeropuerto Internacional Mariscal Sucre situa-se bem no centro da cidade, bem próximo às avenidas e aos prédios. É uma espécie de Congonhas equatoriano, com a diferença de que os obstáculos não são apenas prédios, como também a altitude e o relevo. Esse cenário gera uma aproximação tão bonita e fascinante como difícil e perigosa. Não à toa, está sendo construído um novo aeroporto ao norte da cidade, num local afastado, mais baixo e mais plano. Durante o procedimento de aproximação e pouso, no qual os pilotos pareciam literalmente “driblar” as montanhas efetuando curvas e bruscas manobras de aceleração e desaceleração a todo o momento, todos os passageiros pareciam estar vidrados nas janelas, desde as crianças pequenas das poltronas de trás até o cubano ao meu lado, que se inclinava totalmente para conseguir ver a janela.


Aeropuerto Mariscal Sucre (esq.) e longa final para pouso.

Curta final para pouso na pista 35 (esq.) e terminal em UIO.

HP-1530CMP na posição 10 em Quito.


O pouso na pista 35 do aeroporto de Quito ocorreu finalmente às 13:48 (o fuso equatoriano é o mesmo do Panamá), apenas 4 minutos depois do horário marcado para a chegada, arrancando uma salva de palmas dos passageiros. Uma hora e 32 minutos foi o tempo total de vôo desde a Cidade do Panamá. Durante o táxi, mais uma bonita visão. Desta vez, dos vários aviões cargueiros de grande porte que operam em Quito, fazendo o transporte principalmente de flores, forte produto de exportação da região andina do Equador. A aeronave estacionou no finger 10 e o desembarque foi muito ágil. Passei pela imigração e já encontrei minha bagagem colocada na esteira, sem nenhuma espera. Em cerca de 11 horas e meia estava finalizada a longa jornada de Confins à capital equatoriana com a Copa Airlines.






CM828: Quito-Panamá City

Tarde do dia 14 de fevereiro. Após quase 20 dias viajando pelo país surpreendente e fascinante que é o Equador, era hora de voltar para casa. Cheguei ao setor de embarque internacional Aeroporto Marechal Sucre pouco depois do meio-dia, portanto com bastante antecedência em relação à saída do voo 828 da Copa, prevista para as 16:05. O check-in fica numa área separada do resto do saguão, sendo que uma vez dentro desta zona e realizado o check-in, o passageiro deve obrigatoriamente se dirigir à sala de embarque. Por isso, decidi almoçar do lado de fora antes de me apresentar no balcão da companhia.

Ás 14 horas, me dirigi ao check-in. A fila era grande, mas o serviço era muito ágil e em menos de 20 minutos fui atendido. Ao me apresentar ao funcionário da empresa, logo solicitei janela para os dois trechos, antevendo que pudesse ocorrer o mesmo problema de CNF. De tão apressado, o funcionário da Copa se confundiu e emitiu meu cartão de embarque em nome de outra pessoa, que também tinha Belo Horizonte como destino final. Ao corrigir o erro e emitir novos cartões, não providenciou janelas. Pedi então para que trocasse minhas poltronas, e ele prontamente atendeu, mas claramente demonstrando impaciência.


Check in e painel de voos em Quito.


O Aeroporto Internacional de Quito, assim como a maior parte dos aeroportos das grandes cidades da América do Sul fora do Brasil, é explorado pela iniciativa privada. Sendo assim, o passageiro deve pagar a taxa de embarque aeroportuária antes de prosseguir para a emigração. A taxa de embarque internacional é de US$40,80, o que é um valor relativamente elevado. O aeroporto não é ruim, muito pelo contrário. O terminal é confortável, amplo e agradável, mas deixa a desejar em alguns aspectos, como em opções de alimentação. Além disso, o valor é um dos mais altos cobrados nos aeroportos sul-americanos. O Aeroporto Jorge Chávez em Lima por exemplo, apontado como um dos melhores ou até mesmo o melhor do continente, cobra taxa de US$30,50.


Guichês para pagamento da taxa de embarque (esq.) e sala de embarque internacional.


O movimento era calmo na sala de embarque internacional, e a chamada ocorreu às 15:20. O embarque ocorreu de forma absolutamente tranqüila e organizada e, como estava na penúltima fileira, na poltrona 24F, fui um dos primeiros a me acomodar. Recebemos as boas vindas da tripulação do Comandante Armando Palácios, que em seu curto speech informou o tempo de vôo estimado em 1h30, e as portas foram finalmente fechadas às 15:49. A ocupação era de aproximadamente 75%. Quatro minutos mais tarde, o Boeing 737-700NG de matrícula HP-1524CMP foi tratorado para o pátio, que assim como na chegada no mês anterior, estava tomado por grandes aeronaves cargueiras.

Às 16:01, após taxiar até a cabeceira 35, a aeronave panamenha decolou rumo à Panama City deixando a belíssima capital equatoriana e suas montanhas para trás. Pouco depois, os monitores passaram a exibir o sistema “Air Show”, um presente para os entusiastas. O B737NG mantinha uma razão aproximada de subida de 1850 pés por minuto, até que chegou ao nível de voo 400 (40.000 pés de altitude). A velocidade em relação ao solo era de 505 milhas horárias, e a temperatura externa estava na casa dos -63ºF.


Pátio no Mariscal Sucre (esq.) e revista de bordo "Panorama", já em outra edição.


O serviço de bordo nessa etapa foi praticamente idêntico ao do trecho PTY-UIO. Sanduíches frios de carne ou frango acompanhados por inúmeras bebidas alcoólicas, além de sucos e refrigerantes. Gostosos biscoitos mexicanos recheados sabor baunilha completavam a refeição. O serviço dos comissários, ao contrário do trecho de Confins ao Panamá e assim como no trecho de ida para Quito, foi muito profissional, realizado com educação e simpatia.

O Comandante Palácios iniciou a descida às 17:02. Os comissários informaram sobre os respectivos portões de embarque dos vôos de conexão dos passageiros. O único destino brasileiro na lista era Belo Horizonte. Pesadas formações, muito comuns na Cidade do Panamá, faziam a aeronave sacudir durante a aproximação. Às 17:29 o pouso ocorreu novamente na pista 03R do Aeroporto Internacional Tocumen, finalizando a jornada em apenas 1 hora e 28 minutos. Com apenas 3 minutos de taxi, paramos no portão de número 27.


CM765: Panamá City-Confins

Assim como na ida, coincidentemente o portão de chegada era o mesmo do portão de saída do vôo de conexão. Desta vez, porém, a coincidência foi ainda maior: a mesma aeronave que nos trouxera de Quito até o Panamá nos levaria até Confins. Em frente ao portão 27 já era possível sentir-se em casa com tantas pessoas falando o “mineirês”. Depois de menos uma hora em solo panamenho, fomos novamente convidados a embarcar no Boeing 737-700 de matrícula HP-1524CMP. O embarque, um pouco tumultuado devido à atitude impaciente dos próprios passageiros, foi finalizado às 18:39, e push-back iniciado 5 minutos depois. A aeronave partiria com uma ocupação superior a 90%.


Embarque internacional em Panamá City (esq.) e cartão de embarque com destino a Belo Horizonte.

Chamada para embarque pelo portão 27 (esq.) e visão do terminal de Tocumen durante o taxi.


Ás 18:53, o jato panamenho acelerou e levantou voo rumo às Minas Gerais. Cerca de 40 minutos após a decolagem, começou a ser servido o jantar. Duas opções simples, mas bem feitas: arroz com frango ou spaghetti à bolonhesa. Optei pela primeira opção, que estava bastante saborosa. A mesma extensa carta de bebidas, além dos sucos e refrigerantes habituais, acompanhavam a refeição.

Com meu horário biológico ajustado para o fuso equatoriano, e portanto nenhum sono, era hora de finalmente aproveitar as opções de entretenimento oferecidas pela Copa Airlines. Os monitores de teto mostraram um filme que, francamente, fiz questão de não guardar o nome. Inacreditavelmente ruim. Durante sua exibição, preferi escutar um dos canais de áudio disponibilizados. Depois disso, a programação melhorou e os monitores começaram a exibir “Os Simpsons” e “Friends”.

Com pouco menos de 4 horas de voo, foi servido um lanche: os já conhecidos sanduíches servidos nas etapas PTY-UIO e UIO-PTY. À essa altura, o cansaço já era muito grande. A poltrona das aeronaves da Copa realmente possui tamanhos reduzidos para uma viagem de longa duração. Nenhuma ressalva quanto ao trabalho dos comissários nesta etapa. Uma atitude razoavelmente atenciosa, correta.

Poucos minutos após as 4 horas, hora de Brasília, iniciou-se a descida. Tempo bom e calor na capital mineira. O Boeing 737-700NG, que, assim como eu, iniciara sua jornada 11 horas antes nas montanhas equatorianas, pousou na pista 16 de CNF exatamente às 4:24, tocando sem delicadeza alguma o solo mineiro com oito minutos de antecipação em relação ao horário padrão. Jornada entre Panama City e Belo Horizonte completa em 6 horas e 31 minutos.

Mais uma vez, o gate utilizado foi o de número 9. Desembarque relativamente rápido, ao contrário dos procedimentos de imigração e da entrega das bagagens. Apesar do cansaço extremo, era muito agradável a sensação de retornar ao Brasil pela porta mineira, através do Aeroporto Internacional Tancredo Neves. Um sonho antigo de qualquer entusiasta de CNF que acompanhou sua trajetória de ociosidade e, agora, saboreia seu crescimento. Confira abaixo as notas e a impressão geral quanto aos vôos da Copa Airlines.

Reserva: Sem nota
Realizada através de agência de viagens.

Check-in: Bom
Serviço bastante ágil, tanto em Confins quanto em Quito. Destaque para os funcionários de CNF, muito atenciosos e bem humorados. Única ressalva foi a atitude do funcionário equatoriano, que na tentativa de agilizar ao máximo o trabalho, acabou fazendo confusão e se irritou quando solicitei que consertasse seu próprio erro.

Embarque: Excelente
Praticamente nenhum problema nos quatro embarques. Quase sempre rápidos e organizados.

Refeições: Bom
Porções generosas, boa qualidade. Poderia haver lanches quentes nos trechos de ida e volta entre Panama City e Quito.

Bebidas: Excelente
Extensa variedade de bebidas alcoólicas e não alcoólicas. Destilados e vinhos de marcas famosas. Acima da média para uma classe econômica.

Serviço dos comissários: Regular
Atitude visivelmente mais seca se comparada à dos comissários das companhias brasileiras. Ainda assim, os funcionários panamenhos foram profissionais na maior parte das vezes, exceto no trecho CNF-PTY, quando agiram com uma inaceitável rispidez em relação aos passageiros.

Assento: Regular
O tamanho, o pitch e a inclinação máxima das poltronas não são os ideais para uma viagem de mais de 6 horas, como ocorre entre Belo Horizonte e o Panamá.

Entretenimento: Bom
Uma dezena de canais de áudio fica disponível para os passageiros, que recebem fones de ouvido. A interessante revista de bordo da companhia Panorama de las Américas é outra opção. Monitores de teto posicionados a cada três fileiras exibem, dependendo do voo, o sistema de AirShow ou séries de TV e filmes, cuja seleção poderia ser melhor.

Desembarque: Excelente
Processo sempre rápido, sem problemas.

Pontualidade: Excelente
É realmente impressionante como a Copa honra seus horários. Não houve nenhum atraso, mas sim adiantamentos nos horários de chegada.

Comentário final:
Não espere muitos mimos da Copa Airlines. O tratamento dispensado aos passageiros é razoável, mas não há nada que impressione. Por outro lado, saiba que a companhia panamenha oferece um serviço altamente eficiente e dinâmico, adotando um estilo que agrada sobretudo ao viajante de negócios.

Independente de qualquer comentário que se possa fazer a respeito do serviço da companhia, devemos convir que sua presença em CNF é de vital importância para o aeroporto e para os belo-horizontinos. A Copa liga Belo Horizonte a locais que antes eram inviáveis para o povo mineiro. Para chegar a Quito, por exemplo, seria necessário voar até Guarulhos em uma das companhias nacionais e de lá embarcar com a Lan ou a Taca para a capital equatoriana, não sem antes realizar uma conexão em Santiago ou Lima, respectivamente.

A Copa, utilizando-se perfeitamente do “Hub das Américas”, torna viável ao cliente mineiro uma infinidade de destinos e, assim, acaba por criar sua própria demanda. Fato que pode ser comprovado não apenas pelas ótimas ocupações nos trechos entre BH e o Panamá, mas também pela infinidade de destinos procurados por quem deixa CNF. E tudo isso – é bom lembrar - cobrando preços bastante acessíveis. A passagem de ida e volta para o Equador saiu por menos de US$490.

João Otávio Martelleto


O CNF ao vivo agradece a colaboração do leitor com este maravilhoso e completo flight report!


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2 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom o reporte, so faltou fotos com mais qualidade e maior quantidade, e os preços da Copa são mesmo imbativeis,trecho ida e volta realmente é baixo..

Sara disse...

Eu acho que é preciso saber essas coisas antes de fazer uma viagem é bom para colocar isso em um blog, espero que todos saque qa e eu acho que se você não saiu de férias deve começar a reservar seu reserve agora seus pacotes de viagens